Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Quando se saciaram, disse Jesus a seus discípulos: “Recolhei os pedaços que
sobraram para que nada se perca”. Eles os recolheram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados de sobra pelos que se alimentaram”. João 6.12-13 (BJ)
Vivendo a vinte e um séculos após o advento de Jesus, ainda temos muito para aprender com Ele; seja o Jesus histórico ou o Cristo da fé que olhemos, descobrimos que muitas coisas nos faltam para sequer sermos dignos de desatar as suas sandálias. Ele era e é a expressão exata da sabedoria. Suas palavras, ensinamentos e ações práticas abarcam uma consciência de vivência social e coletiva impressionante.
Mesmo aqueles e aquelas que não são seus seguidores e seguidoras, hão de concordar que Ele tinha um senso de sustentabilidade da vida indiscutível. Ao mesmo tempo que não agia com mesquinharia, pois partilhava com abundância, também não desperdiçava e nem esbanjava com irresponsabilidade; nada deveria se perder.
Infelizmente, somos e vivemos numa sociedade do desperdício, do jogar fora e do não reaproveitamento. Basta olhar para a tão pequena quantidade de materiais recicláveis que se recolhe. De todo o material que poderia ser reaproveitado, talvez ainda hoje, a maior quantidade é levada para os lixões, haja vista que poucas cidades possuem um recolhimento e destinação correta sistemática.
Outro elemento são os eletro eletrônicos e outros bens de consumo; tudo é feito para durar pouco e seus consertos quase sempre não compensam, gera-se mais descarte e desperdício de material. Em especial, no nosso país, sabemos da enormidade de desperdício de alimentos, basta ir aos locais de distribuição e veremos quanto se joga fora.
E ainda veremos a quantidade de pessoas catando alimentos das lixeiras de descarte. Mas isso também ocorre em nossas casas; não nos isentemos da culpa.
Diante da fome daquela multidão, Jesus e seus discípulos descobrem uma pessoa generosa, que, no pouco que tinha se dispôs a partilhar. No repartir não temos falta, mas fartura, e foi isso que aconteceu. No milagre realizado, houve fartura para que a multidão se alimentasse de pão e peixe, representando o alimento físico que necessitamos, a ponto de sobrar. Deus não é mesquinho, aquilo que precisamos para a vida Ele está disposto a dar com sobra.
Mas o que fazer com a sobra? Nunca deve ser desperdiçada, mas sim recolhida para que nada se perca e partilhada novamente com quem precisa.
Duas coisas precisamos com fartura: o básico para a sobrevivência e a graça salvadora de Deus. O que não pode ser desperdiçado: o amor, a misericórdia e o cuidado de uns para com os outros.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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