Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”. João 10.14-15
Você conhece a si mesmo? Tem consciência de seus pensamentos, palavras e ações? Tem clareza de sua personalidade e temperamento? Tem firmeza de seu caráter? Você tem certeza de suas reações diante das diversas situações da vida? O seu modo de vida é previsível ou é sempre uma incógnita? De fato você sabe quem você é, sua essência?
Pois é, Jesus sabia muito bem quem ele era, por isso, não só podia dizer, com todas as propriedades, ser Ele o bom Pastor, mas também podia cuidar do seu rebanho. A essência de sua natureza o qualificava como o Pastor por excelência.
Isso nos dá o indicativo de que para cuidar de alguém, você precisa se autoconhecer; saber seus limites, suas fraquezas, suas dificuldades, bem como sua capacidade e seu potencial. A Igreja como organismo e agência de cuidado também precisa se conhecer e saber sua vocação nas diversas ações pastorais.
Mas como afirma a expressão titular dessa reflexão, tomando como base a fala de Jesus, a ação pastoral pressupõe não só o autoconhecimento mas também o conhecimento de quem será cuidado. Esse caminho é uma via de três mãos; é preciso conhecer-se a si mesmo, conhecer quem será cuidado e quem será cuidado precisa conhecer quem é o cuidador. Usamos o termo “cuidador” por ser a essência da ação pastoral.
Jesus conhecia a si mesmo, conhecia suas ovelhas e cordeiros e esses e essas conheciam a Jesus, e por isso, ouviam a sua voz e o seguiam.
Pois bem, sobre a primeira via já discorremos logo acima; a segunda via tem a ver com o fato de conhecer quem será pastoreado. Conhecer a outra pessoa se torna indispensável na pastoral; trata-se de um conhecimento profundo, dos limites e das possibilidades, das fraquezas e das vitalidades; é um cuidado que abraça a outra pessoa na sua totalidade celebrando suas conquistas e qualidades e ajudando na superação das derrotas e dificuldades.
A terceira via diz respeito à disposição em deixar-se conhecer por quem está sendo pastoreado. Aqueles e aquelas que se ocupam nas ações pastorais não devem se esconder atrás de máscaras, de falsos moralismos e de santidade inexistente; permita-se ser conhecido por quem você está pastoreando e cuidando. Os discípulos e discípulas conheciam bem a Jesus e sabiam distinguir a sua voz. Sabemos de onde Ele veio, qual era a sua missão e onde Ele está.
A Igreja como agência pastoral é chamada para dar continuidade ao pastoreio de Jesus, para isso, é preciso sempre olhar como Jesus fez para fazer igual.
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
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