Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“…apareceu João Batista no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados. […] Naqueles dias veio Jesus, de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão”. Marcos 1.4, 9
Na concepção do povo de Deus, sempre foi entendido e bem aceito que Deus é santo, perfeito e único, sendo assim, para o ser humano, devido a sua condição pecaminosa e sujeito a uma vida errante, jamais poderia estar na presença e muito menos frente a frente com Deus. Isto se dá por duas razões: a primeira é porque a escuridão não tem comunhão com a luz, e essa era a condição humana, ela sempre preferiu viver na profunda escuridão de seus pecados; a segunda é que seria terrivelmente insuportável para o seres humanos contemplar a glória perfeita da divindade, o brilho da luz divina é capaz de desnudar qualquer intenção da mente e coração humanos.
Mas Deus, o Todo-Poderoso e Todo-Amoroso, já havia pensado e construído um plano de salvação para a humanidade de forma que ela pudesse ter condições para desfrutar de sua presença e manter comunhão consigo. Estava Deus disposto a enviar seu Filho Unigênito para iluminar de forma suportável, dar exemplo de vida e salvar a humanidade.
No tempo oportuno assim foi feito, Jesus o Cristo e Messias de Deus se manifestou a nós; “O Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade” (João 1.14). A isso damos o nome de Epifania, ou seja, inesperadamente Jesus o Filho de Deus apareceu e se manifestou no mundo.
Pertencendo ao povo hebreu da linhagem de Davi e cumprindo todas as profecias, fez o seu batismo sendo circuncidado ao oitavo dia. Assim ficou demonstrado publicamente que Ele pertencia ao povo de Deus; esse batismo é feito uma única vez.
Para que a humanidade pudesse ser beneficiada pela aparição do Cristo, o Salvador, era necessário preparar a mente e o coração humano, dessa forma veio João Batista pregando o batismo de arrependimento, que nada mais era do que conscientização da necessidade de purificação da vida humana por meio do arrependimento. Na cultura judaica, antes de entrarem na presença de Deus para oficiar os sacrifícios trazidos pelo povo, todos os sacerdotes precisavam se purificar por meio da água (Êxodo 29.1-4) e estando limpos estavam prontos para a presença e o serviço a Deus.
O batismo que João apregoa deve ser realizado por cada um e cada uma de nós todos os dias e liturgicamente oferecidos a Deus. Jesus que não tinha pecado algum, mas deixou-se ser batizado para nos dar o exemplo.
Da mesma maneira em que lavamos o nosso corpo diariamente e quantas vezes for necessário, também devemos lavar a nossa mente e coração todos os dias e se for necessário, mais de uma vez ao dia.
Tomemos como propósito nesse novo ano, praticarmos o batismo de arrependimento diário e liturgicamente.
Rev. Adi Éber Pereira Borges
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