Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges
“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”. Lucas 24.44-45
Há uma expressão popular bastante conhecida que diz “O que os olhos não veem, o coração não sente”. Essa expressão tem um cunho ignorante, ou seja, do desconhecimento dos fatos. Carrega em seu bojo a ideia de que aquilo que não se sabe ou não viu não se sofre ou não se angustia.
Sugere-se então, que é melhor viver na escuridão do desconhecimento, uma vez que dizem que a realidade dói. Mas, quantas vezes ouvimos relatos de mães que sentiram que o seu filho distante não estava bem, e de fato, algo ruim estava acontecendo? E as histórias de pessoas que pressentiram que algo iria acontecer, e realmente aconteceram? Pode ser que o coração já esteja sentindo algo que os olhos ainda não viram.
Na música “Terra de gigantes” de Humberto Gessinger há um trecho em que diz: “Por isso, mãe só me acorda quando o sol tiver se posto. Eu não quero ver meu rosto antes de anoitecer”. Não sei ao certo qual era a ideia do autor, mas a mim me parece, olhando o contexto da música, que o personagem estava a viver um sentimento de conformismo ou de desilusão com o mundo e o seu sistema; que ele preferia viver na escuridão da noite ao ter que enfrentar a claridade das coisas.
Na pouca luz da noite muita coisa passa desapercebida.
Ao contrário disso, Jesus Cristo não queria que os seus discípulos e suas discípulas vivessem no mundo escuro da desinformação, da alienação e do desconhecimento. Por isso, após a sua ressurreição, foi ter com eles e elas, partilhou do momento da refeição e da comunhão, e lhes abriu o entendimento, descortinando tudo aquilo que lhes eram necessário para compreenderem as Escrituras e a vida. É como se Jesus tivesse destravado a porta do conhecimento e jogado luz sobre nossa razão, nosso intelecto nos dando todas as condições para usar a inteligência dada por Deus.
A escuridão é sinal do desconhecido, daquilo que não se pode enxergar, por isso, nos dá tanto medo, pavor e angústia, mas a luz nos permite ver as coisas como elas são, nos permite ter clareza da vida, por isso, dizemos que o dia ensolarado é lindo.
Jesus não quer que vivamos no conformismo da escuridão e da desilusão, mas mesmo que temporariamente soframos com a verdade, é sempre melhor ver, saber e sentir. É melhor ter a mente esclarecida pela luz das informações e do conhecimento.
A ressurreição de Cristo nos ilumina para continuarmos crendo nas Escrituras e na nossa própria ressurreição para a eternidade. Enquanto estivermos por aqui, vivamos sob a luz de Jesus Cristo. Feliz Páscoa para você!
Rev. Adi Éber Pereira Borges†
Compartilhem, deixe seu Like