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Festival Sesc Culturas Negras apresenta mais de 80 atividades em diversos formatos e linguagens em 27 unidades de São Paulo

Ubuntu Yoga foi idealizado por Tati Cassiano (Foto: Mônica Silva/Terra Preta Produções)

Da redação Diego Alves

Uma ação dedicada à valorização, ao reconhecimento e à difusão da cultura negra. Entre os dias 22 e 26 de maio, acontece o Festival Sesc Culturas Negras em 27 unidades da instituição na capital, Grande São Paulo e interior. No total, são mais de 80 atividades como shows, espetáculos, vivências, rodas de conversas, passeios, entre outras.

O Festival Sesc Culturas Negras parte da potencialidade como força motriz, buscando realçar e evidenciar experiências e territórios de existência firmados na ancestralidade negra, no encruzilhamento de possibilidades, cujo tempo e espaço, passado, presente e futuro, se atravessam, dialogam e se afetam.

A curadoria do projeto se inspirou nos ‘quintais’, espaços de existência e resiliência para a comunidade negra ao longo da história, além de, em muitas comunidades, desempenharam um papel importante na resistência contra a opressão e na luta por direitos civis. Nos quintais, brincadeiras acontecem e com elas se fundamentam e fabulam novos mundos; nos quintais se arriscam os primeiros passos de dança, rodas e letras de samba que imortalizam cotidianos.

É nos quintais que se aprende a aprender, valorizando e observando o que as pessoas mais velhas têm a ensinar. As atividades percorrem os quintais do samba, quintais das teatralidades, quintais das afrografias, quintais pedagógicos, quintais das imagens, quintais dos festejos e celebrações, quintais dos ofícios e quintais dos erês.

Programação

No Sesc Birigui, a programação já teve início com as aulas abertas de Ubuntu Yoga, com Tatiane Cassiano, que acontecem aos domingos, às 10h. O Ubuntu Yoga, projeto que nasceu no início da pandemia em 2020, respeita a subjetividade de cada indivíduo, assim como as suas filosofias de vida e crença pessoal. Valoriza a cultura e filosofia africana, fazendo ligações com essas filosofias a partir do olhar afrodiaspórico e reconhece a origem do Yoga ser na África.

No dia 23 de maio, às 20h, o Sesc Birigui recebe o espetáculo A Solidão do Feio, com Sidney Santiago Kuanza. Na peça, um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. O personagem é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e seus sonhos de futuro.

“A Solidão do Feio” é parte de um projeto acerca dos estudos e reflexões sobre as masculinidades negras no Brasil e seus diálogos com a Diáspora Negra que, desde 2014, pesquisa os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade de homens negros.

Duo

No dia 24 (sexta), às 20h, o Sesc Birigui recebe o show Magia Negra, com Diego Neves e Loren Lucca, na Área de Convivência. No ritmo da poesia cantada dos intérpretes e músicos da banda, o duo traz mensagens que surgem a partir das vivências de Diego Neves e Loren Lucca acerca de consciência racial, gênero, sexualidade, relacionamentos e seus convívios sociais.

As composições autorais têm consigo uma sonoridade carregada de ancestralidade e representatividade, sendo entoadas pelos beats e mixagens dos produtores rio-pretenses DJ Basin e Rulian Romani.

Nos dias 25 e 26 (sábado e domingo), tem o Cantinho da Beleza Negra, no Espaço Tenda do Sesc. Na atividade, Marina Brito convida crianças para participarem de um momento de exaltação da beleza através de tranças, tererê e penteados afrorreferenciados, em um momento de conhecimento e reconhecimento das ancestralidades presentes no nosso dia a dia. A programação completa está disponível em sescsp.org.br/culturasnegras

Maio

Marcada pela diversidade de possibilidades de formatos e pela participação de artistas, grupos e coletivos, lideranças comunitárias, mestres e mestras tradicionais e pesquisadores e pesquisadoras da arte e da cultura negra, o festival acontece em um mês significativo para o movimento negro, marcado por datas que nos lembram das lutas, conquistas e contribuições da comunidade afrodiaspórica. Maio é um período de conscientização, mobilização e de celebração, para promover a igualdade racial e o reconhecimento da cultura negra. Nesse contexto, a programação do Sesc São Paulo reforça as celebrações do dia 25, Dia Mundial de África, uma data que simboliza a luta de diversos povos africanos por desenvolvimento, democracia e liberdade.

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