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Santa Casa de Araçatuba instala Serviço de Reconstrução Mamária

Procedimento de alta complexidade é destinado ao atendimento de pacientes do SUS que passaram por mastectomia em decorrência de câncer de mama (Fotos Divulgação).

Da redação Diego Alves

A Santa Casa de Araçatuba já realizou as duas primeiras cirurgias de reconstrução de mamas em mulheres mastectomizadas durante tratamento de câncer de mama. A realização do procedimento faz parte de adesão do hospital à estratégia criada em fevereiro do ano passado pelo Ministério da Saúde para ampliar o acesso à reconstrução mamária por mulheres com diagnóstico da doença.

O convênio prevê a realização de 42 cirurgias em um período de dois anos, em pacientes dos 40 municípios da região de Araçatuba.  Os procedimentos estão sob coordenação do Serviço de Reconstrução Mamária, unidade ligada ao Serviço de Oncologia da Santa Casa de Araçatuba. O câncer de mama é a principal doença dentre a média de 1.800 pacientes atendidos por mês no Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

O Serviço de Reconstrução Mamária é coordenado pelo mastologista Caio Saito. Ele explica que nem todas as pacientes que passam por cirurgia oncológica nas mamas precisam fazer a retirada radical do mama. “Na maioria dos casos é realizada a quadrantectomia, cirurgia que retira apenas parte da mama acometida pelo câncer, com margem de segurança, preservando o restante da glândula mamária. Sempre que possível priorizamos essa técnica por ser menos invasiva e com resultados oncoplásticos melhores.”

O mastologista explica que o objetivo “sempre é realizar reconstrução imediata à retirada, porque melhora a autoestima da paciente. Quando isso não é possível ou contraindicado em decorrência da existência de tumores avançados, a reconstrução é feita de forma tardia”, completa o mastologista.

A reconstrução das mamas é possibilitada por próteses de silicone e outras técnicas. “É uma etapa importante para a Santa Casa de Araçatuba. Além do tratamento clínico, terapias e cirurgias, a unidade de saúde passa a disponibilizar também a reconstrução mamária e a devolver qualidade de vida para essas pacientes, informa Saito.

O contrato com o Ministério da Saúde é temporário, embora possa ser renovado em 2025, data final para o atendimento de 42 pacientes. Mesmo assim, é considerado um avanço pelo mastologista que já tinha um projeto de realizar os procedimentos para as pacientes do SUS ao iniciar atividades no CTO há dois anos.

“Exatamente quando a Santa Casa de Araçatuba está completando 97 anos, passa a prestar esse serviço inovador e relevante para a população da região”, define Saito. Até então, São José do Rio Preto era o centro de referência de cirurgias reparadoras de mamas mais próximo de pacientes da região de Araçatuba.

O Serviço de Reconstrução Mamária vai atender demanda reprimida e os novos casos de pacientes que, em razão da gravidade da doença, precisaram passar por retirada radical de uma ou das duas mamas. 

O cirurgião explica que “a reconstrução mamária não é uma cirurgia estética e sim reparadora, mas representa uma das etapas importantes das pacientes com câncer de mama, pois devolve a autoestima das mulheres”.

“Para nós, enquanto profissional, e para a diretoria da Santa Casa de Araçatuba, é um motivo de orgulho poder oferecer o tratamento integral às pacientes com câncer de mama. Isso não apenas elimina a necessidade de encaminhamentos para outras cidades, mas também posiciona a Santa Casa como referência regional nesse aspecto fundamental do cuidado oncológico”, ressalta Saito.

Câncer é o mais comum entre as mulheres

No Brasil e no mundo, o câncer de mama é o tipo mais incidente em mulheres. Em 2023, estima-se que ocorreram 73.610 casos novos da doença. O câncer de mama é também a primeira causa de morte pela doença em mulheres no país. A incidência e a mortalidade por câncer de mama tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos.

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