Da redação Diego Alves
O Sesc Birigui recebe nesta sexta-feira (12), às 20h, e espetáculo literomusical do grupo Trovadores do Miocárdio, em uma reverência a Bob Dylan, um dos mais influentes cantores, compositores e músicos da história da música popular. O espetáculo será o Teatro do Sesc e os convites são limitados.
Intitulado “Bob, nunca diga adeus…”, o espetáculo promete uma fusão envolvente de declamações de poemas selecionados de Dylan, canções marcantes e fragmentos raros de vídeos, tudo meticulosamente integrado à atmosfera do palco.
Bob Dylan, nascido em 1941, emergiu nos anos 60 como figura central do movimento folk americano. Sua habilidade singular em mesclar letras poéticas e politicamente carregadas, aliada a seu estilo vocal distintivo, o consagrou como um dos mais proeminentes contadores de histórias da música, deixando um legado que continua a influenciar e inspirar gerações.
No espetáculo de spoken word dos Trovadores do Miocárdio, a narrativa será intensamente declamada, com algumas músicas cantadas, criando uma experiência imersiva e envolvente para o público.
“A gente fica nessa fronteira flutuante entre a dramaturgia, performance e música, sem entrar de cabeça nessas ferramentas, mas sempre se apropriando delas para criar uma atmosfera muito especial. Também usamos projeções, luz cênica e cenário. É um espetáculo com bastante linguagem e bastante imersivo também”, adianta o diretor artístico Eduardo Beu.
A formação do grupo que se apresentará em Birigui é composta por artistas que possuem profunda conexão com a música e a literatura. Hélio Flanders, do grupo Vanguart, por exemplo, já lançou um disco só com músicas do Bob Dylan; é cantor, compositor, escritor, tradutor e poeta.
Outra participação especial é de Fabrício Corsaletti, autor de Engenheiro Fantasma, que ganhou o prêmio Jabuti 2023, com o melhor livro do ano e o melhor livro de poesia do ano. A obra é inspirada numa visita mental de Bob Dylan em Buenos Aires.
Tatá Aeroplano é cantor e compositor performer de São Paulo. Gustavo Galo é escritor, tradutor e poeta, além de um dos fundadores da trupe Chá de Boldo. O espetáculo conta ainda com Bruna Lucchesi, uma jovem artista curitibana que mora em São Paulo e tem um espetáculo com músicas de poemas do Paulo Leminski; Adelita Ahmad, uma performer que está no grupo há bastante tempo; Matheus Costa e Katz Rochlitz.
Mesa de bar
A ideia do grupo surgiu em 2012, na capital paulista, em uma conversa informal entre Eduardo Beu, Chico Sá e Fausto Fawcett. Eduardo contou para os amigos que pensava numa apresentação com os dois cronistas e poetas declamando textos inspirados em canções de amor, que se chamaria Trovadores do Miocárdio.
“Eles riram, mas toparam participar. Então, comecei a desenvolver textos para que eles declamassem, inspirados em canções brasileiras de amor. Tinha bolero, Jovem Guarda, Tropicalia, etc., apenas músicas brasileiras. Eu entregava sample das músicas para eles com a parte instrumental e eles criavam um texto inspirado na letra das canções, ensaiavam e declamavam ao vivo”, lembra.
O grupo acabou se transformando num coletivo de performer, escritores, atores e atrizes, cujas participações vão se renovando em ciclos. Já participaram Karine Carvalho, Otto, Junio Barreto, Mário Bortolotto, Luciana Vendramini, entre outros nomes.
Nessa trajetória já foram homenageados vários artistas, como Nike Cave, Patti Smith e Caetano Veloso – esse com apresentação no Sesc Birigui em 2022.
O grupo se apresenta principalmente em festivais de livros e literatura, e unidades do Sesc. Além disso, tem residência fixa há exatos 11 anos, em São Paulo. Os espetáculos são às quartas-feiras, com casa cheia.
Bate-papo
Além do espetáculo, no sábado (13), alguns membros do grupo participarão do bate-papo “Bob Dylan: Poeta, Escritor, Ensaista, Ator, Pintor, Músico e um Nobel na Caçapa”. Neste encontro, serão explorados os aspectos poético-literários e musicais da obra de Dylan, bem como sua influência na literatura mundial e na música brasileira.
O porquê de Dylan ter sido laureado com o Nobel de Literatura e sua contínua influência sobre novas gerações de escritores e compositores serão temas de discussão, liderados por Fabrício Corsaletti e Hélio Flanders, com mediação de Gustavo Galo e Eduardo Beu.
Sobre o Sesc Birigui
O Sesc Birigui iniciou suas atividades em 1998, ainda como uma Unidade Provisória e oferecendo atividades para toda a região. Em 25 de novembro de 2017 foi inaugurada a Unidade Operacional do Sesc Birigui, um moderno complexo cultural e esportivo com 7.586 m² de área construída em um terreno de 9.525 m².
Por acreditar que as ações socioculturais são fundamentais para a educação coletiva e individual, o Sesc tem em suas unidades um espaço privilegiado para a realização de suas atividades. Concebido segundo esses princípios, a construção do Sesc Birigui priorizou em sua implantação uma proposta arquitetônica que integra o verde em torno do edifício por meio de estruturas transparentes.
Seguindo critérios democráticos na política de acesso e na qualidade da programação, a unidade proporciona o encontro e a convivência entre pessoas e as múltiplas formas de expressão da cultura, promovendo a cidadania e a disseminação do conhecimento em diversas áreas. As relações com a comunidade, a municipalidade, as empresas e instituições fazem do Sesc Birigui um polo de interatividade local. Mais informações em https://www.sescsp.org.br/birigui
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